quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ser um verdadeiro rastafári



Ao longo dos últimos tempos tenho acompanhado a vida de vários amigos meus que se intitulam de rastafáris. Todos os dias estou com eles e por isso posso ter uma ideia mais concreta de como é o dia-a-dia de cada um.

Segundo o que eu já constatei eles levam uma vida normal igual ao resto da população. Levantam-se, vão à escola, nos tempos livres fazem as coisas que mais gostam e depois vêm para casa. Todos os rastafáris com quem me relaciono não seguem a filosofia rastafári pois não tem qualquer ligação com Jah, fumam tabaco, bebem álcool e fazem a sua vida normal sem abdicar das inúmeras coisas que os rastafáris têm que abdicar. Posso afirmar que não são verdadeiros rastas, não porque não querem mas muitas vezes porque na sociedade em que estão inseridos não podem. São amantes de reggae que usam dreadlocks.

Um verdadeiro rastafári tem muitos costumes e crenças. Creem numa identidade superior que é Jah Rastafári, são vegetarianos, não fumam tabaco nem bebem álcool, vivem em comunidades fora das grandes cidades e vivem em sítios que estejam em contacto permanente com a Natureza. Durante o seu dia-a-dia estão em constante oração e ligação com Jah, normalmente trabalham em sítios que tenham a ver com a natureza mas, cada vez mais, existem muitos rastas que trabalham nas cidades. Tentam ao máximo usar tudo o que provém da natureza para assim evitar o dinheiro que vem dos sistemas corruptos.

O dia-a-dia de um rastafári é bem diferente do resto da população porém os estilos de vida de cada um, nos últimos anos, têm se vindo a confundir. 

Entrevista: Youth Fyah Sound

Youth Fyah Sound é um soundsystem da cidade de Espinho. Fazem parte deste sound os toasters Seagull e Max e o Selecta Uncle D. Já existem há mais de dois anos e tem feito furor em várias festas de reggae. "Reggae: um estilo de vida" foi tentar saber um pouco mais sobre este soundsystem.

Youth Fyah Sound com General Levy. Fotografia por: Xibata


1. Boas, sei que já têm o vosso soundsystem há já algum tempo mas quando é que o fundaram e quantos membros eram ou são?

R: Big up Sara, antes de mais quero agradecer a oportunidade de estar a falar um pouco sobre o meu movimento e o meu soundsytem. Youth Fyah surgiu à cerca de 2 anos e meio, no verão de 2011, e conta com 3 membros: os toasters Seagull e Max e o DJ/Selecta Uncle D.


2. Qual foi o motivo para a criação do vosso soundsystem? Quais foram as vossas maiores influências?

R: O motivo foi exatamente o nosso gosto pela música e mensagem que o reggae transmite. Não nos era indiferente ver sounds a tocarem reggae e isso fez com que as músicas passassem a ser muito mais do que isso, passou a ser um modo de vida, uma mensagem a seguir.
As nossas maiores influências a nível de soundsytem nacional, sem dúvida que foi Big Badda Boom, Ontem Sound, One Sun Sound. Já a nível internacional, refiro King Horror Sound, Mighty Crown, Supersonic Sound , Herbalize-it, entre outros.


3. O porquê da escolha do nome Youth Fyah Sound?

R: O nome surgiu depois de várias ideias e de várias brincadeiras. Explicando por palavras “youth”, refere-se ao fato de quando começamos tínhamos apenas 16 anos e éramos ainda muito novos. “Fyah” , vem de queimar a babilónia, ou seja derrubar o sistema que nos envolve e que nos engana diariamente, também significa que quando tocamos, o dancefloor e o massivo fica high, ficam quentes com as boas vibrações. Por fim, “sound” vem da própria palavra soundsytem.


4. Com quais artistas já tiveram o prazer de partilhar o palco? E festivais, a quais já foram?

R: Para responder corretamente a essa pergunta nem amanhã saía daqui. Felizmente no nosso percurso como artistas, tivemos o prazer de partilhar palcos com grandes nomes nacionais mas principalmente internacionais. Artistas como Bezegol, Xibata, Chapadux, Orelha Negra, Richie Campbell, Chaparro, UrbanVibz, Fredy Locks, Orlando Santos, Spetacular, Leftside, Charly Black, Dealema, Mundo, Regula, Ninja Kore entre outros. 


5. Como é que terminavam esta frase: “Para mim o Reggae é…”.

R: Para mim o Reggae é uma alegria constante que só quem o sente e só quem o vive sabe explicar. Não é apenas ouvir o groove e a batida reggae mas sim saber apreciar a letra e ver realmente de onde ela provém. Reggae é amor e união com cultura no coração.


6. Reggae é uma paixão que vos une porém como é que explicam que nas festas de reggae seja cada vez mais o dancehall que predomina e não o roots? Acham que o reggae está a perder a sua essência?

: Sim sem dúvida que nos dias de hoje é rara a festa que passa roots. Falando melhor disso roots é a raiz, é o dito Foundation que busca e absorve toda a cultura dos antepassados e coloca-a no presente. Não digo que não goste de dancehall, porque de fato adoro mesmo e é algo que faz falta mas o reggae está a tornar-se demasiado comercial. Não me perguntes se é devido à crise, se é por gostos, se é por modas.  Porém, de uma coisa tenho a certeza os verdadeiros continuam lá a manter a cultura. Refiro-me a Romano e Bob Figurante que desde que se iniciaram na cultura, não mudam e vivem realmente o que dizem. São pilares do Foundation e do Ska em Portugal e, além disso, são reconhecidos internacionalmente. O reggae perde a essência quando tu quiseres. Se fores para uma festa com mentalidade de fumar uns charros, de conhecer uns rapazes ou raparigas, sim perde de fato a essência. A maior parte do massivo que frequenta as festas de reggae não sabe o que está a ouvir, canta porque já ouviu tantas vezes a letra que, já não sai do ouvido. 


7. Por fim, se voltassem atrás voltariam a criar o vosso soundsystem? O que é que mudariam?

R: Sim, sem dúvida alguma. Não mudávamos nada pelo simples fato de saber que foi com erros que aprendemos e com críticas construtivas que chegamos aonde chegamos. Todas as sextas e sábados temos datas e isso demonstra a nossa qualidade. Somos humildes e não queremos chatices com ninguém, apenas nos defendemos com o nosso talento e dedicação. One Love. 


Marcha pela legalização da Cannabis, Porto.

Marcha de Legalização da Cannabis, Porto

No passado dia 4 de Maio de 2013, sabádo, ocorreu na baixa do Porto a Marcha da Legalização da Cannabis. Ao contrário das edições anteriores, este ano, a Marcha não teve quaisquer apoios da Câmara Municipal do Porto.

Marcha de Legalização da Cannabis 2012
Como de costume a Marcha partiu da Praça do Marquês com destino à Praça D. João I. Em relação às duas últimas edições, 2011 e 2012, a Marcha teve muito menos afluência do que se esperava. O motivo que, talvez, possa suportar esta decadência de manifestantes é o facto de este ano a Marcha não ter o apoio da Câmara Municipal do Porto, os agentes da Policia que estivessem no percurso da Marcha podiam, se assim entendessem, confiscar a marijuana dos manifestantes. Sendo assim este ano não existia a liberdade de consumo público que existia nos outros anos.

Marcha da Legalização da Cannabis 2012
Nesta edição pudemos também perceber que a música e a festa que era habitual todos os anos não estiveram presentes. Apesar dos manifestantes tentarem ao máximo mostrar um ambiente de alegria, sem a carrinha com a música, acabou por se tornar uma tarefa mais complicada. A banca que continha pacotes de mortalhas, filtros e isqueiros, patrocinados pela Futurola e pela Art of Joint, não esteve presente na Praça D.João I como de costume. 

Nova geração de soundsystems


O Reggae desde a sua origem tem vindo a ter vários altos e baixos. Nos últimos dois anos esta vertente musical tem estado na mó de cima.

Tal tem sido a afluência nas festas que, e como era de esperar, uma nova geração de soundsystems surgiu. Em nenhuma outra altura no nosso país, desde o surgimento do Reggae, houve tantos sounds* como agora. Os amigos juntam-se na garagem do vizinho e começam a surgir as primeiras passagens, basta conhecer a pessoa certa e já tem o seu nome lançado.

Todos sabem passar som, porém a filosofia rastafari já não se encontra nas mesas de mistura. O principal objetivo é colocar as gyals a dançar, no momento de abrir a pista o espirito livre dos rastaman já não importa mais. Os sounds da velha guarda afirmam que o verdadeiro reggae está a desaparecer e juntam forças para combater a falsa crença da filosofia.

Nas festas de Reggae, já não ouvimos o verdadeiro roots mas sim assistimos antes a um dancehall cujo seu objetivo é entrar no ouvido melodicamente e não tanto reavivar a mensagem que o Reggae tem como objetivo transmitir: uma vida cheia de paz, harmonia e amor com uma luta insaciável contra o sistema corrupto que teima em nos oprimir.

*sounds = soundsystems

terça-feira, 14 de maio de 2013

Leftside pela primeira vez em Portugal

Leftside a cantar "Nuh Way".

No passado dia 29 de Março tive o prazer de estar presente no Musik Club para assistir ao concerto do cantor de reggae Leftside. Era o baterista de Bounty Killer e ficou também conhecido por participar em diversas tours do Sean Paul. Foi a primeira vez que este cantor, baterista, teclista e produtor, atuou na cidade Invicta. O custo do bilhete foi de 12€ e a festa teve inicio às 23h e terminou por volta das 5h:30, mais cedo do que o previsto.

Foi uma festa repleta de dancehall onde atuaram vários soundsystems portuenses tais como Green Sound Killa, Fyah Burn, Firestarter, Selecta Jahmaica e Toaster Seagull. Os já tão conhecidos Mr.Marley, membro da família One Love Family, e Zacky Man também tiveram um espaço para participar nesta festa. Jimmy P, apesar de estar presente, não atuou, como estava previsto. O mesmo aconteceu com Dirty Skank Beats. 

Leftside a distribuir autógrafos pelos seus fãs. 
O cabeça de cartaz fez furor quando entrou e durante o tempo que atuou conseguiu por o público a dançar e a vibrar ao som das suas músicas. Foram vários os hits que cantou tais como “Nuh Way”, "Phat Punani", "Ghetto Gyal Wine" e "How you do dat". No final do concerto o artista distribuiu vários autógrafos pelos seus fãs e chegou mesmo a andar no meio do público. 
No meu ponto de vista foi uma grande festa, as músicas fizeram as gyals* mostrarem o seu verdadeiro poder na dança e a atuação de Leftside fez valer a pena. 


Gyal: em jamaicano significa mulher.

sexta-feira, 29 de março de 2013

A influência do reggae nos jovens

Fotografia tirada,por mim, na Marcha da Legalização da Marijuana 2012.
São cada vez mais as pessoas que participam,
a maior parte são jovens que vêem no reggae
e na marcha uma oportunidade para a legalização da cannabis. 

Nos últimos tempos o reggae têm vindo a ganhar muita afluência. As salas de espetáculo começam a encher, nas publicações do facebook, a nível musical, é o dancehall que predomina, para os mais ousados colocam-se fotografias de charros e outros produtos ilícitos, as cores: vermelho, amarelo, verde e preto viram moda.

O reggae está em todo o lado, está nos cartazes de festas, nas lojas de roupa, no computador, na casa do amigo do lado. É uma febre, ou moda, que tem vindo a instalar-se nos grupos de amigos. Um do grupo começa a ouvir uma música e o outro logo a seguir vai atrás. O reggae nunca teve tantos adeptos em Portugal como nos dias de hoje. 

Este estilo de música tem vindo a influenciar muito os jovens. "Eu só sou alguém porque tenho uma camisola com as cores do reggae" isto é o que muitos rapazes e raparigas pensam e na visão de muitas pessoas, também, só significa marijuana. Para a maior parte da população reggae é sinónimo de marijuana. Não está totalmente errado mas também está bem longe de estar correto. Conheço pessoas que ouvem e gostam de reggae, influência positivamente na sua vida mas que nunca fumaram.

O reggae que antes estava esquecido, que poucos ouviam, de um momento para o outro começa a surgir na ribalta. Todos gostam de reggae, todos ouvem, todos sentem, todos praticam, dizem eles. Mas reggae é muito mais que ouvir uma letra do Bob Marley e sabe-la de cor, para se praticar reggae temos que senti-lo, desde a ponta dos nossos dedos até ao fim do fio do nosso cabelo. Ouvir reggae influencia-nos tanto a nível musical como a nivel espiritual. Quem sente e segue o puro roots sabe que isso altera o modo de ver das pessoas. Nós começamos a dar mais valor ao amor, à paz, ao outro. Sabemos que temos alguém superior, Jah, que nos irá guiar e estará sempre connosco. Não precisamos que o reggae vire moda para dizermos "One Love my brother", somos um, somos uma família. A moda passa mas quem tem a verdadeira essência é que permanece. 


sexta-feira, 22 de março de 2013

Roots VS Dancehall


No mundo do reggae existem duas vertentes: o roots reggae e o dancehall reggae. O primeiro é mais virado para o que é realmente o reggae, os princípios rastafáris, a crença em Jah e as letras que transmitem os sentimentos de descontentamento perante a sociedade onde estamos inseridos. A segunda vertente, o dancehall, é mais mexida e as letras são mais viradas para as mulheres, para fazer uma mulher dançar. Na grande maioria têm duplo significado. O dancehall assume-se também como um estilo de dança que é a fusão de várias danças africanas como o quizomba e o kuduro.

Alborosie, Teatro Sá da Bandeira no dia 04-07-2011
No meu ver gosto tanto de um como de outro porém o roots reggae é o que predomina na minha casa e o dancehall nas festas que frequento. Já assisti a vários artistas conhecidos mundialmente que cantam tanto uma vertente como outra, sendo eles Alborosie, Anthony B, General Levy e Chuck Fenda. Charly Black e Million Styles são dois outros grandes nomes, do  mundo do dancehall, que também já tive o prazer de estar presente nos seus concertos em Portugal.

Anthony B, Alfândega do Porto no dia 14-03-2012
Alborosie e Anthony B são dois cantores que, e não só por serem os meus favoritos, são os que não se esquecem do roots reggae mas sim cantam um novo reggae, new roots. Através das suas músicas cantam pelos direitos dos humanos, pela descriminação dos mais desfavorecidos, por um mundo melhor que necessita de um Deus protetor, de Jah Rastáfari. É esta a essência do reggae, é esta a grande diferença do dancehallO dancehall vê nos prazeres mundanos, no sexo, no álcool, nas festas, a grande essência para as suas músicas. 








Fotografia: Sara Calafatinho Freitas

Reggae em Portugal: seus principais artistas


Ao longo dos anos foram vários os artistas e bandas que surgiram em Portugal porém não são muitos os que têm grande reconhecimento no nosso país. Os Kussondulola foram os grandes pioneiros do reggae em terras lusas, afirmaram-se neste estilo à mais de uma década e continuam ainda nos dias de hoje em força. Perigosa, Chá de Cannabis e Pim Pam Pum são três das músicas mais conhecidas deste grupo.

Richie Campbell é um dos nomes mais conhecidos do reggae em Portugal e é dos mais recentes a surgir na ribalta. Já fez duas viagens à Jamaica para aperfeiçoar os seus conhecimentos sobre esta cultura e através das suas músicas tenta passar a essência do que é o reggae. As suas músicas mais conhecidas são a Blame it on me, Missing you, That’s how we roll entre outras.

Quanto ao reggae do norte do país existem dois grandes nomes: Bezegol e Souls of fire. Bezegol é um artista do Porto que através das suas músicas tenta mostrar os dilemas que a sociedade de hoje em dia enfrenta e tenta manter sempre as raízes deste estilo musical. Fora da Lei, Tempo, Monstro e Rude Sentido são algumas das músicas que o deram reconhecimento a nível nacional.

Vindos de Matosinhos chegam os Souls of Fire que já contam com 10 anos de existência e com três discos editados. São os que se mantêm mais fiéis as raízes do reggae e que tentam sempre transmitir a paz, positividade e todo o amor que devemos sempre espalhar. Souls of Rasta, Sentido de Vida e Bens Materiais são algumas das suas músicas.

Por fim mas não menos importante é de destacar a família One Love Family que é uma família 100% portuguesa mas com uma pequena particularidade, vivem o reggae dentro e fora de casa. Seguem a filosofia rastafári, os seus costumes, as suas crenças e têm como seu principal objetivo espalhar o amor de Jah Rastafári. Deixo-vos uma pequena reportagem que a SIC fez a esta família.


Fontes: http://palcoprincipal.sapo.pt/top/pt/reggae
              http://zonareggae.wordpress.com/reggae-em-portugal/

Movimento Rastafári

Dois amigos meus rastafáris

O movimento rastafári mais conhecido por rasta, é um movimento religioso que tem como figura central Haile Sellassie I, antigo imperador da Etiópia. Os rastafáris, pessoas que seguem este movimento, acreditam que Haile Sellasie I é a reencarnação de Deus em Homem. Dão-lhe o nome de Jah Rastafári ou simplesmente Jah.

Este movimento surgiu  na década de 20 na Jamaica. Segundo alguns historiadores, o movimento surgiu e teve muita adesão devido à exploração que sofria o povo jamaicano e que via neste movimento religioso uma saída, uma afronta à sua exploração. O uso da erva, como uma maneira de se ligarem a Jah através da abertura da mente, e os ensinamentos do jamaicano Marcus Garvey, que passava a imagem de um mundo melhor, de um mundo com paz, amor e tranquilidade foram outros dos motivos que favoreceram ao crescimento deste movimento religioso.
Bob Marley foi uma grande referência para os rastafáris devido à filosofia que seguia.

Os seguidores deste movimento religioso são vegetarianos, são poucos os alimentos que comem de origem animal. O álcool e o tabaco são postos de parte mas o mesmo não acontece com a marijuana ou erva. 
A marijuana é vista pelos rastas como um ritual, não consideram que é um ato de prazer ou diversão mas sim como um ritual de purificação e limpeza. Mesmo sendo vista como um ritual existem rastas que preferem não usar. Os rastafáris não recorrem a nenhum médico pois afirmam que Jah é o único que consegue curar os doentes e sendo assim não acreditam que algum homem possa ter essa capacidade.

Uma particularidade são os dreadlocks ou rastas. As rastas para eles são sagradas pois cada uma está ligada espiritualmente com uma parte do corpo.

No ano de 2000 estimava-se que existiam cerca de um milhão de rastafáris.

Fontes: Wikipédia

Reggae: as suas raízes

Os meus vinis do Bob Marley e do Peter Tosh

O reggae nasceu na Jamaica nos anos 60 e é a continuação do desenvolvimento de dois estilos musicais: o ska e o rocksteady. A música tradicional africana e caribenha influenciou grandemente este estilo musical tal como o rhythms e o blues americano. É caracterizado por ser um estilo de música que embora seja menos rápido que o ska é mais rápido que o rocksteady.

A banda fundada em 1963 por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer, The Wailers, é destacada mundialmente por ser uma banda que passou pelas várias etapas de transição do reggae.

Coxsone Dodd, Lee"Scratch" Perry, Leslie Kong, Duke Reid, Joe Gibbs e King Tubby foram alguns dos mais conceituados produtores jamaicanos que trabalharam na transição do reggae. O filme de 1972, The Harder They Come”, e o cover da música “I shot the Sheriff” de Bob Marley por Eric Clapton fizeram com que o reggae subisse para a ribalta tanto nos Estados Unidos como no Reino Unido. Na década de 70 surge o dancehall reggae.

 A “Era de ouro do Reggae”, que corresponde à altura do roots reggae, começou a meio da década de 70 prolongando-se até a década de 80 porém na década de 80 o reggae rejuvenescesse no Reino Unido com o surgimento de bandas punk que viam no reggae uma grande influência. Bandas tais como os UB40, Musical Youth e Steel Pulse.

Durante todos estes anos a carreira musical de Bob Marley foi crescendo e começou a ser visto, até aos dias de hoje, como o ícone musical deste estilo de música.

Em 1985 os prémios Grammy criaram uma nova categoria como o nome de: Melhor álbum de reggae.
Quanto ao surgimento do nome “reggae” muito se especula mas segundo Derrick  Morgan foi desta forma que surgiu a palavra:
“Não gostávamos do nome 'rock steady' ("rock constante"), então tentei algo diferente numa versão de "Fat Man". A batida foi mudada novamente, e o órgão usado para assustar. Bunny Lee, o produtor, gostou daquilo. Ele criou o som com o órgão e a guitarra base. Soava como 'reggae, reggae', e aquele nome pegou. Bunny Lee começou a usar a palavra e logo todos os músicos estavam dizendo 'reggae, reggae, reggae.”

Fontes: Wikipédia

Introdução ao blogue

O meu blogue será sobre reggae. Escolhi este tema, não só por adorar, mas por ser um estilo musical que é mais do que isso: é música, filosofia, estilo de vida. Uma influência fundamental na cultura musical.

Tem os seus altos e baixos mas os que realmente amam esta filosofia não se esquecem das suas raízes. Reggae é sentir as raízes mas também envolver o presente.


O reggae é e sempre foi um estilo musical que esteve presente na minha vida porém nos últimos anos comecei a perceber melhor a mensagem que transmite. Bob Marley e Peter Tosh foram e são uma grande inspiração para os novos artistas de reggae e para os milhares de seguidores que ainda fazem as suas vozes ouvirem-se nos ipods, portáteis, gira-discos entre outros. O reggae não morreu com o Bob Marley, onde teve grande popularidade, mas tem vindo a ser recriado.


É tanta a inspiração e calma que transmite este estilo de música, que é muito mais do que isso, que nada melhor que um tema de grande à vontade para poder falar dos mais variados assuntos: filosofia, crítica politica, social, apelo a valores como a paz, o amor e o bem. A juventude começa a dar mais valor ao reggae do que nunca. As festas enchem-se de pessoas, os telemóveis começam a conhecer a verdadeira essência do roots e, do mais recente, dancehall, os guarda-fatos ficam pintados com quatro cores: vermelho, amarelo, verde e preto.