Youth Fyah Sound com General Levy. Fotografia por: Xibata |
1. Boas, sei que já têm
o vosso soundsystem há já algum tempo mas quando é que o fundaram e quantos
membros eram ou são?
R: Big up Sara, antes de mais quero
agradecer a oportunidade de estar a falar um pouco sobre o meu movimento e o
meu soundsytem. Youth Fyah surgiu à cerca de 2 anos e meio, no verão de 2011, e conta com 3 membros: os toasters Seagull e Max e o DJ/Selecta Uncle D.
2. Qual foi o motivo
para a criação do vosso soundsystem? Quais foram as vossas maiores
influências?
R: O motivo foi exatamente o nosso
gosto pela música e mensagem que o reggae transmite. Não nos era indiferente
ver sounds a tocarem reggae e isso fez com que as músicas passassem a ser muito mais do que isso, passou a ser um modo de vida, uma mensagem a seguir.
As nossas maiores influências a nível de soundsytem nacional, sem dúvida que foi Big Badda Boom, Ontem Sound, One Sun Sound. Já a nível internacional, refiro King Horror Sound, Mighty Crown, Supersonic Sound , Herbalize-it, entre outros.
As nossas maiores influências a nível de soundsytem nacional, sem dúvida que foi Big Badda Boom, Ontem Sound, One Sun Sound. Já a nível internacional, refiro King Horror Sound, Mighty Crown, Supersonic Sound , Herbalize-it, entre outros.
3. O porquê da escolha
do nome Youth Fyah Sound?
R: O nome surgiu depois de várias ideias
e de várias brincadeiras. Explicando por palavras “youth”, refere-se ao fato de
quando começamos tínhamos apenas 16 anos e éramos ainda muito novos. “Fyah” ,
vem de queimar a babilónia, ou seja derrubar o sistema que nos envolve e que
nos engana diariamente, também significa que quando tocamos, o dancefloor e o
massivo fica high, ficam quentes com as boas vibrações. Por fim, “sound” vem da
própria palavra soundsytem.
4. Com quais artistas
já tiveram o prazer de partilhar o palco? E festivais, a quais já foram?
R: Para responder corretamente a essa
pergunta nem amanhã saía daqui. Felizmente no nosso percurso como artistas,
tivemos o prazer de partilhar palcos com grandes nomes nacionais mas
principalmente internacionais. Artistas como Bezegol, Xibata, Chapadux, Orelha
Negra, Richie Campbell, Chaparro, UrbanVibz, Fredy Locks, Orlando Santos,
Spetacular, Leftside, Charly Black, Dealema, Mundo, Regula, Ninja
Kore entre outros.
5. Como é que
terminavam esta frase: “Para mim o Reggae é…”.
R: Para mim o Reggae é uma alegria
constante que só quem o sente e só quem o vive sabe explicar. Não é apenas
ouvir o groove e a batida reggae mas sim saber apreciar a letra e ver realmente
de onde ela provém. Reggae é amor e união com cultura no coração.
6. Reggae é uma paixão
que vos une porém como é que explicam que nas festas de reggae seja cada vez
mais o dancehall que predomina e não o roots? Acham que o reggae está a perder
a sua essência?
R : Sim sem dúvida que nos dias de hoje
é rara a festa que passa roots. Falando melhor disso roots é a raiz, é o dito
Foundation que busca e absorve toda a cultura dos antepassados e coloca-a no
presente. Não digo que não goste de dancehall, porque de fato adoro mesmo e é
algo que faz falta mas o reggae está a tornar-se demasiado comercial. Não me perguntes
se é devido à crise, se é por gostos, se é por
modas. Porém, de uma coisa tenho a certeza os verdadeiros continuam lá a manter a
cultura. Refiro-me a Romano e Bob Figurante que desde que se iniciaram na
cultura, não mudam e vivem realmente o que dizem. São pilares do Foundation e
do Ska em Portugal e, além disso, são reconhecidos internacionalmente. O reggae perde a essência
quando tu quiseres. Se fores para uma festa com mentalidade de fumar uns
charros, de conhecer uns rapazes ou raparigas, sim perde de fato a essência. A
maior parte do massivo que frequenta as festas de reggae não sabe o que está a
ouvir, canta porque já ouviu tantas vezes a letra que, já não sai do ouvido.
7. Por fim, se voltassem atrás
voltariam a criar o vosso soundsystem? O que é que mudariam?
R: Sim, sem dúvida alguma. Não mudávamos
nada pelo simples fato de saber que foi com erros que aprendemos e com
críticas construtivas que chegamos aonde chegamos. Todas as sextas e sábados
temos datas e isso demonstra a nossa qualidade. Somos humildes e não queremos
chatices com ninguém, apenas nos defendemos com o nosso talento e dedicação. One Love.
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