quarta-feira, 15 de maio de 2013

Entrevista: Youth Fyah Sound

Youth Fyah Sound é um soundsystem da cidade de Espinho. Fazem parte deste sound os toasters Seagull e Max e o Selecta Uncle D. Já existem há mais de dois anos e tem feito furor em várias festas de reggae. "Reggae: um estilo de vida" foi tentar saber um pouco mais sobre este soundsystem.

Youth Fyah Sound com General Levy. Fotografia por: Xibata


1. Boas, sei que já têm o vosso soundsystem há já algum tempo mas quando é que o fundaram e quantos membros eram ou são?

R: Big up Sara, antes de mais quero agradecer a oportunidade de estar a falar um pouco sobre o meu movimento e o meu soundsytem. Youth Fyah surgiu à cerca de 2 anos e meio, no verão de 2011, e conta com 3 membros: os toasters Seagull e Max e o DJ/Selecta Uncle D.


2. Qual foi o motivo para a criação do vosso soundsystem? Quais foram as vossas maiores influências?

R: O motivo foi exatamente o nosso gosto pela música e mensagem que o reggae transmite. Não nos era indiferente ver sounds a tocarem reggae e isso fez com que as músicas passassem a ser muito mais do que isso, passou a ser um modo de vida, uma mensagem a seguir.
As nossas maiores influências a nível de soundsytem nacional, sem dúvida que foi Big Badda Boom, Ontem Sound, One Sun Sound. Já a nível internacional, refiro King Horror Sound, Mighty Crown, Supersonic Sound , Herbalize-it, entre outros.


3. O porquê da escolha do nome Youth Fyah Sound?

R: O nome surgiu depois de várias ideias e de várias brincadeiras. Explicando por palavras “youth”, refere-se ao fato de quando começamos tínhamos apenas 16 anos e éramos ainda muito novos. “Fyah” , vem de queimar a babilónia, ou seja derrubar o sistema que nos envolve e que nos engana diariamente, também significa que quando tocamos, o dancefloor e o massivo fica high, ficam quentes com as boas vibrações. Por fim, “sound” vem da própria palavra soundsytem.


4. Com quais artistas já tiveram o prazer de partilhar o palco? E festivais, a quais já foram?

R: Para responder corretamente a essa pergunta nem amanhã saía daqui. Felizmente no nosso percurso como artistas, tivemos o prazer de partilhar palcos com grandes nomes nacionais mas principalmente internacionais. Artistas como Bezegol, Xibata, Chapadux, Orelha Negra, Richie Campbell, Chaparro, UrbanVibz, Fredy Locks, Orlando Santos, Spetacular, Leftside, Charly Black, Dealema, Mundo, Regula, Ninja Kore entre outros. 


5. Como é que terminavam esta frase: “Para mim o Reggae é…”.

R: Para mim o Reggae é uma alegria constante que só quem o sente e só quem o vive sabe explicar. Não é apenas ouvir o groove e a batida reggae mas sim saber apreciar a letra e ver realmente de onde ela provém. Reggae é amor e união com cultura no coração.


6. Reggae é uma paixão que vos une porém como é que explicam que nas festas de reggae seja cada vez mais o dancehall que predomina e não o roots? Acham que o reggae está a perder a sua essência?

: Sim sem dúvida que nos dias de hoje é rara a festa que passa roots. Falando melhor disso roots é a raiz, é o dito Foundation que busca e absorve toda a cultura dos antepassados e coloca-a no presente. Não digo que não goste de dancehall, porque de fato adoro mesmo e é algo que faz falta mas o reggae está a tornar-se demasiado comercial. Não me perguntes se é devido à crise, se é por gostos, se é por modas.  Porém, de uma coisa tenho a certeza os verdadeiros continuam lá a manter a cultura. Refiro-me a Romano e Bob Figurante que desde que se iniciaram na cultura, não mudam e vivem realmente o que dizem. São pilares do Foundation e do Ska em Portugal e, além disso, são reconhecidos internacionalmente. O reggae perde a essência quando tu quiseres. Se fores para uma festa com mentalidade de fumar uns charros, de conhecer uns rapazes ou raparigas, sim perde de fato a essência. A maior parte do massivo que frequenta as festas de reggae não sabe o que está a ouvir, canta porque já ouviu tantas vezes a letra que, já não sai do ouvido. 


7. Por fim, se voltassem atrás voltariam a criar o vosso soundsystem? O que é que mudariam?

R: Sim, sem dúvida alguma. Não mudávamos nada pelo simples fato de saber que foi com erros que aprendemos e com críticas construtivas que chegamos aonde chegamos. Todas as sextas e sábados temos datas e isso demonstra a nossa qualidade. Somos humildes e não queremos chatices com ninguém, apenas nos defendemos com o nosso talento e dedicação. One Love. 


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